Quais são as experiências vividas de acne e tratamento da acne entre indivíduos transexuais e de gêneros diversos?
Essa foi a pergunta-chave para um estudo publicado no JAMA Dermatology (janeiro, 2024) por Gold et al., que conduziu uma análise de métodos mistos com 32 participantes transexuais e de gêneros diversos com acne, de 4 de janeiro de 2021 a 7 de abril de 2022, por meio de entrevistas e pesquisas semiestruturadas.
Dentre os 32 participantes, havia 17 homens trans, 11 mulheres trans e 4 participantes não binários. Dez participantes (31%) autoavaliaram sua pele como atualmente limpa ou quase limpa, 11 (34%) relataram acne leve e 11 (34%) acne moderada a grave. Os participantes descreveram experiências de rejeição e bullying relacionadas à condição e admitiram evitar interações sociais nas quais antecipavam a discriminação, o que levou a sentimentos de depressão e ansiedade. A acne piorou a insatisfação com a aparência corporal, tendo a maioria dos participantes já experimentado tratamentos de venda livre para acne e buscado orientações sobre tratamento de acne de médicos, colegas, fóruns on-line e mídias sociais.
Segundo os dados apresentados no estudo, as barreiras aos tratamentos da acne incluíam custo, falta de cuidados multidisciplinares, desconfiança no sistema de saúde e falta de educação específica sobre cuidados com a acne para pessoas trans.
A fim de reduzir o impacto da acne em indivíduos trans os autores sugerem mudanças – como o desenvolvimento de estratégias para reduzir o estigma da acne, fornecer educação específica sobre cuidados específicos para transgêneros, facilitar o cuidado multidisciplinar da acne e expandir ambientes clínicos amigáveis às pessoas trans.
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