Avanços recentes na biologia da vitamina D


Um artigo publicado por Slominski et al. na edição de outubro do Journal of Investigative Dermatology, intitulado “Avanços recentes na biologia da vitamina D: algo novo sob o sol”, discorre sobre o expressivo progresso realizado nas últimas duas décadas na definição dos papéis biológicos da vitamina D.

Segundo os autores, para ser biologicamente ativa, a vitamina D3 deve ser acionada por

hidroxilações mediadas por enzimas do citocromo P450 (CYP). “É sabido que isso envolve hidroxilação em C25 pelo CYP2R1 ou CYP27A1, produzindo 25-hidroxivitamina D3 (25(OH)D3), seguida de hidroxilação em C1a pelo CYP27B1 para produzir 1,25-di-hidroxivitamina D3 biologicamente ativa. Este percurso de ativação é definido como via canônica.”

Os recentes avanços em vias alternativas de ativação da vitamina D e receptores nucleares alternativos para hidroxiderivados D3 oferecem uma explicação para os efeitos pleiotrópicos observados do pró-hormônio D3. Eles também desafiam o atual consenso propagado pela maior parte da literatura, de que os biologicamente relevantes fenotípicos efeitos do D3 podem ser atribuídos unicamente à ativação do VDR por 1,25(OH)2D3. Dessa maneira, os efeitos biológicos e fisiológicos dos secosteroides que são independentes da interação do VDR merecem mais estudos e desafiam o conceito convencional de que o VDR é o único receptor nuclear ativado pelas formas ativas de D3.

Além disso, o lumisterol e o taquisterol foram definidos como pró-hormônios porque podem ser ativados pelas enzimas CYP em metabólitos que exercem atividade biológica através da ação nos receptores nucleares.

Em resumo, segundo os autores, a caracterização da sinalização de vias alternativas por D3 e moléculas relacionadas oferece uma nova perspectiva de que a vitamina D, seus fotoprodutos e metabólitos têm uma infinidade de funções biológicas independentes de metabolismo do cálcio e dos ossos que requerem uma investigação mais aprofundada.

“Estas novas descobertas também mostram que o UVB pode gerar uma miríade de moléculas que poderiam eventualmente regular a homeostase local e global.”

Clique aqui e leia o artigo na íntegra

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